quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Escola e presídios cada vez mais parecidos.



Democracia onde? Isso se chama aristocracia, decisões concentradas nas mãos de poucos e empurradas guela abaixo de forma autoritária e arbitrária. Não existe democracia quando o estado é propriedade privada de alguns que concentram a maior parte da renda em suas ações e contas no exterior e compram mandatos políticos através de patrocínio de campanhas devassas. "Eu banco seu mandato e você faz e defende tudo que me interessa meu pau mandado". 


E Quando o oprimido se rebela o opressor se revela...
... em suas ações repressoras.

E sabemos bem que, apesar de ser uma escola pública se a Fernão Dias, (...dar o nome de bandeirantes à escolas já mostra a real finalidade dessas...) fosse nos extremos periféricos da cidade, a ação da polícia seria ainda mais truculenta, violenta, repressora e irracional. Porque, nas periferias já estão acostumados a fazer acontecer conforme bem entender, lavarem suas mãos em sangue, saírem impunes e ainda serem condecorados com medalhas. Afinal, quando a violência policial bandeirante é na periferia aqui tudo pode, ninguém nada vê, ninguém nada sabe.

Mas, ao menos, algo positivo. A desobediência e enfrentamento de alunos, alunas e alguns professores/as mostra que, mesmo tendo um projeto de escola como instrumento de controle social de: sente, cale a boca e obedeça, apesar de ter grande impacto e êxito, ainda não consegue atingir e anestesiar a juventude e o povo em sua totalidade.
Viva a rebeldia juvenil! E que ela dure até morrermos de velhice.

Não precisamos reorganizar as escolas, precisamos reinventá-las.

Pelo fim da polícia como instrumento de extermínio e encarceramento da juventude do povo negro, indígena, pobre e periférico e contenção da vontade do popular.

#Pelofimdapolícia
#Pelofimdoestadocomoinstrumentodecontrole
#Pelofimdaescolacomoinstrumentodecontrole
#Contraareorganização

#PorumaEducaçãolibertária

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Fim de feriado prolongado. Bem vindo ao lar!




É FODA!
É foda. Você chega em casa depois de alguns dias de desligamento e relaxamento em um rolê louco com os seus e dá de cara com o stress concentrado da megalópole e da guerra civil/étnica instaurada pelo estado, ou melhor dizendo, extermínio.

Num piscar a megalópole te rouba a brisa. Desde a brisa da menina, que saindo do mar jogando o cabelo afro, te leva a imaginar a Rainha Oxum (sei que Oxum é a rainha das águas doces, mas foi quem me deu a impressão de ver naquele momento) à energia ancestral emanando na roda de samba com a juventude cantando junto e em reverência aos mais velhos da comunidade. É colocar o pé na megalópole que ela te rouba a brisa de um role louco com encontros, pessoas, momentos e trocas enriquecedores.

Você chega do rolê e vai caminhando na madrugada pelas quebradas a caminho de casa. E no caminho pensa... sempre curti andar de madrugada pela cidade e de repente começa a perceber a energia tensa emanando das ruas e paredes da selva de pedra, ruas e paredes banhadas do suor e sangue d@s Noss@s. E sem nenhuma intenção, automaticamente, todos os instintos de sobrevivência adquiridos durante a trajetória de vida são ativados.

Logo após isso, você vê uma mano andando na mesma direção a sua frente com uma garrafa na mão, ele olha para trás e te ganha, pára, olha para um lado, para outro te fita nos olhos e continua olhando para os lados como se estivesse garantindo que não havia mais ninguém ali. Ele fica parado até você chegar nele te fitando nos olhos. É inevitável a malícia adquirida nas ruas da quebra te faz perceber uma certa maldade no gesto do mano, e então você se prepara para o embate reerguendo e reforçando todas suas barreiras e instintos. A caminhada continua no mesmo ritmo o mano continua parado te fitando, mas agora você já se armou, mudou o olhar, a postura, caminha com passadas firmes e cabeça erguida fita o olhos sem desvios, sem mostrar receio ou dúvida, agora já demostra tanta ou mais disposição do que o mano e com olhar e expressão corporal diz sem dizer, 'o que você quiser eu quero em dobro". Depois disso, já perto do mano com a voz firme e forte antes que ele diga você diz: SALVE! QUE QUE PEGA? Ta aí vacilando sozinho na rua mano? E o mano embriagado fica sem ação. Você passa por ele, ele fica parado por um tempo te fitando com olhos, você segue seu caminho e agora, ele o dele.


O dia amanhece... aí você fica sabendo que no feriado de nossa senhora, difundido pela publicidade da industria do comércio como dia das crianças, uma mulher e um adolescente (sua criança) foram espancados, torturados em plena luz do dia no meio da rua por policiais, provavelmente uma mãe que foi defender o filho de mais uma de tantas ações arbitrárias da polícia aqui e em todas quebradas do Brasil.
No dia das crianças as Nossas receberam de presente do estado spray de pimenta.


E a coisa não para por aí, você fica sabendo, que a polícia jogou o carro em cima de dois jovens de moto, espremendo os dois contra outro carro para DEPOIS, DEPOIS e só DEPOIS, ser averiguado que ambos não deviam nada e não estavam armados.
Além disso, te contam que uma mulher bêbada atropelou e matou uma criança de três anos e a população revoltada queria fazer justiça ali mesmo. Mas a motorista bêbada que assassinou a criança sumiu.

Ah, e também, por último mas não menos importante, descobre que sua avó esta internada no hospital com problemas respiratórios, provavelmente uma recorrência de um problema de saúde já 'tratado' pelo serviço de saúde do estado.
Tudo isso no primeiro dia que você retorna a quebrada, ao lar.
E isso, só mostra que esses rolês para desligamento e relaxamento são cada vez mais necessários. Porém a realidade faz questão de te mostrar e falar: "ACORDA JÃO!!! NÃO SONHA MUITO NÃO, pé no chão, pé na terra".

Mesmo assim, o sonho segue! A luta segue!
SP/capital - "Zona sul é stress concentrado" e o mais triste é saber que todas as quebras do Brasil a situação não é diferente.

Fim de feriado prolongado. Bem vindo ao lar!